terça-feira, 30 de junho de 2020

Q: beyond the beaten track


Nova edição da Q Magazine traz uma lista de dez faixas obscuras da rainha do pop, aquelas que só fãs podem conhecer direito.... claro que a lista é muito maior que isso e várias outras poderiam substituir as citadas, mas é uma boa reunião de ótimos trabalhos, apesar de que uma delas, Bedtime Stories foi um single com um clipe muito celebrado até hoje. Mas é muito bom ver publicações mergulhando nas profundezas de seu excelete trabalho musical. 

Madonna's Best 10 Deep Cuts




quarta-feira, 24 de junho de 2020

LUV MDNA?

Em 2012 os fãs da rainha do pop finalmente puderam ouvir um novo disco, após quatro anos que separavam esse lançamento do álbum de estúdio anterior, ou três anos se contarmos as faixas novas gravadas para sua última coletânea.
MDNA foi mais um álbum que teve dificuldades para ser apreciado pelos fãs, ainda que as críticas tenham sido bem generosas em apontá-lo como um de seus grandes álbuns e muitos do fãs, no impacto inicial do lançamento, terem se sentido aliviados por vê-la se afastar do som urbano datado de Hard Candy e voltar a abusar do eletrônico para pistas de dança. Porém, passada essa empolgação, a apreciação pelo trabalho despencou e até hoje rende discussões que quase sempre chegam no veredito final de que este foi seu pior disco (a opinião do autor do blog já não chega mais nesse lugar).

Gravado no mesmo período em que Madonna se dedicava à pós-produção e lançamento de seu segundo filme como diretora, W.E., o disco sofre da pressa em executar essas gravações e a falta de direção para um tema, pois ela estava mesmo querendo ver seu trabalho no filme lhe dar reconhecimento e seu tempo tinha que ser divido entre caprichar no produto e ter que pensar em músicas para mais um álbum, algo que já fazia há quase trinta anos.

Nem a reunião com o celebrado William Orbit com quem Madonna realizou sua obra prima garantiu um resultado agradável. A busca por DJs e produtores da moda mais uma vez para preencher o restante do álbum e o pouco tempo para uma real conexão com Orbit que pudesse gerar composições mais profundas, como no aclamado Ray of Light e mesmo em Music que veio depois, acabou levando a vanguardista do pop a outra vez ir na onda do momento. Deixou-se levar pela obrigação de ser comercial e fazer músicas tocáveis nas rádios, teve que criar uma música que casasse com a apresentação no Superbowl, evento que a colocaria no centro do mundo por uma noite e foi aproveitado para vender esse material e se permitiu reciclar demos trazidas prontas pelos produtores e gravadas na voz de outras cantoras apenas para economizar o tempo e o que tivemos foi um disco longe dos padrões de excelência que a própria Madonna criou e elevou às alturas.

Juntando-se a isso uma escolha ruim para singles que apostou nas músicas comerciais mais fracas e deixou as melhores faixas, as que tem mais essência de Madonna e produções caprichadas esquecidas, a pouca promoção além do Superbowl e de algumas entrevistas e MDNA não teve significado para o público em geral, fora das bolhas de fãs.

A turnê que surgiu do álbum conseguiu manter o status de rainha dos palcos, teve lucros e avaliações altos e constantes mas seis anos depois o disco ainda aparece em todas listas como um de seus menores esforços.

O álbum seguinte tinha a missão de desmontar a impressão de que Madonna não conseguia mais produzir boa música, para maioria de seus fãs Rebel Heart alcançou esse feito mas... isso é outra análise a ser feita. 


Outtakes do ensaio por Mert Alas & Marcus Piggot