Site Idolator (que realmente tem seus momentos de adoração) lembra os doze anos de Hard Candy, o último grande álbum de Madonna (até Madame X), não tão grande quanto o antecessor e odiado por muitos.
O disco Hard Candy de Madonna faz 12 anos neste mês (em 19 de abril, para ser exato) e eu decidi marcar a ocasião revisitando a obra divisória. Transparência completa: O 11º álbum da rainha do pop não me encheu de alegria quando chegou em 2008. Após o domínio do pop-dance de Confessions On A Dance Floor, Hard Candy parecia um passo para trás. Em vez de inovar, ela decidiu usar o som pop-encontra-hip-hop que The Neptunes e Timbaland já estavam explorando com artistas como Justin Timberlake, Nelly Furtado e Gwen Stefani.
Como um dos poucos álbuns de Madonna que não toco regularmente, pude reavaliar o Hard Candy com ouvidos semi-frescos. A produção é muito do seu tempo, mas há uma indignação no projeto que eu aprecio mais com o benefício da retrospectiva. Em vez de se repetir (como eu queria um Confessions 2), a lenda viva decidiu se envolver em batidas urbanas - sem o som da house music como fazia em Bedtime Stories - aos 49 anos. Ah, e ela também teve a audácia de abrir o álbum com uma música sobre sua vagina. (?)
"Candy Shop" é, sem dúvida, o momento mais icônico do Hard Candy - hits enormes como "4 Minutes" e "Give It 2 Me", que se mantiveram incrivelmente bem, não podem competir. A música é tão importante em seu show ao vivo que sua ausência no Madame X Tour pareceu um tapa na cara. "Não finja que não está com fome, há muito o que comer", diz Madonna nesse som igonorado Grammy. "Entre na minha loja, porque meu açúcar é doce." A produção de Neptunes é arejada e de várias camadas, enquanto a ponte ("meu açúcar é cru, pegajoso e doce") deve ser esculpida na estátua da liberdade. Além de “Candy Shop” e dos singles mencionados, outra faixa que envelheceu belamente é “Miles Away”. Co-produzida por JT, Timbaland e Danja, há uma gravidade emocional nessa música que noutros cortes estão faltando. De certa forma, isso me lembra "Love Profusion" - talvez seja a sensação palpável de saudade. Outros destaques em Hard Candy incluem "She's Not Me", que realmente deveria ter sido um single, e a leve e muito amável "Dance 2Night".
Lembro-me de adorar “Incredible” após o lançamento, mas soa um pouco estridente em 2020. O resto do Hard Candy é esquecível pelos padrões de Madonna. Faltam as camadas e jóias escondidas da American Life, o insight e a criatividade de Madame X e os estrondos de Rebel Heart. Em sua defesa, o álbum é coeso e alcançou o que se propôs a fazer. Ou seja, lembre a nova onda de divas que Madonna poderia vencê-los em seu próprio jogo. Afinal, Hard Candy vendeu quatro milhões de cópias em todo o mundo e a turnê continua sendo a maior bilheteria de uma artista feminina de todos os tempos. Apenas lendas....
A arte de capa mais polêmica da discografia de Madonna, não por alguma imagem sexual ou religiosa provocante em excesso mas pela falta de uma provocação direta. Feita a partir de um ensaio com o tema do boxe por Steven Klein, cujo fundo original era uma colagem de pôsteres de anúncios de lutas no ringue, a capa do álbum e suas imagens promo, feitas por Giovanni Bianco, tiveram que se readequar ao nome e tema (mal explorado) de Hard Candy e um recorte da figura de Madonna ganhou um novo fundo, balas e doces coloridos. Extremamente rejeitada na época, ano de 2008, com o tempo e a mudança da percepção dos fãs e mídia sobre o álbum, até a capa já é falada por alguns como uma das mais interessantes da discografia dela e da música pop. Como o tempo muda as coisas... A pasta abaixo contém este e outros ensaios feitos para a mesma fase e não aproveitados.
Site Idolator (idolatrando mesmo!) lembra o aniversário de 17 anos em 2020 da jóia revolucionária American Life, o nono álbum de estúdio da rainha do pop, com um sólido recado anti presidente e política americanos mas que depois vira uma autoreflexão cabalista e espiritualista.
Abril foi um grande mês para os fãs de Madonna. O LP de Hard Candy da rainha do pop comemorou recentemente seu 12º aniversário, enquanto American Life faz 17 anos hoje (21 de abril). Ambos os álbuns foram relegados às notas de rodapé da discografia sagrada de Madonna, o que é uma injustiça - principalmente no caso da American Life. Espremido entre as épocas de mega sucesso de Music and Confessions On A Dance Floor, o nono álbum do ícone pop foi uma decepção comercial ... pelo menos por seus elevados padrões. Isso não reflete, porém, sua qualidade.
Minha única queixa com a American Life é a faixa-título. Um comentário sobre o consumismo e o governo Bush, a música fervilha de raiva compreensível. O que poderia ter sido um momento decisivo na cultura pop foi prejudicado por letras desajeitadas e um vídeo desconcertante. O rap explícito tornou-o um alvo fácil para a zombaria da mídia, enquanto o visual original, que encontrou Madonna jogando uma granada em George W. Bush, foi rapidamente descartado após a invasão do Iraque em 2003. Infelizmente, a controvérsia resultante descarrilou toda a era
O problema é que "American Life" é muito fora do comum no álbum. Em vez de política, a maior parte do M9 está preocupada com o crescimento espiritual e pessoal. Tome a "Love Profusion", simultaneamente sonhadora e consternada, que é uma profissão corajosa de amor diante de uma crise existencial ("Perdi minhas ilusões, o que quero é uma explicação"). É uma música pop incomumente adulta que contém algumas das mais intrigantes produções de Mirwais. Também possui um vídeo muito bonito - cortesia do diretor Luc Besson - e meu remix favorito de Madonna de todos os tempos (o Headcleanr Rock Mix de Remixed & Revisited).
Igualmente majestoso é "Nothing Fails". Uma canção de amor despojada e tingida de evangelho, que expressa o mesmo sentimento de "Like A Prayer" - embora através das lentes de uma mulher com décadas de experiência na vida. O pop raramente chega ao fundo, mas isso certamente acontece. Enquanto "Love Profusion" e "Nothing Fails" acham Madonna mais introspectiva, ela também não poupou dinheiro. Eu sei que muitos fãs misturam emoções sobre "Hollywood", mas eu amo isso. Outros de encher a pista notáveis são o desafiador "Nobody Knows Me" e completamente excitante "X-Static Process".
Quando você escuta "Die Another Day" do filme de James Bond e joias escondidas como "Mother and Father", você fica com um álbum incrivelmente sólido que merece ser mantido na mesma estima que outras ofertas de Madonna do início dos anos 2000. Na verdade, ele pressionou o pop o mais longe que podia na época, o que levou a rainha a buscar inspirações no passado (ou seja, disco music) no próximo álbum, Confessions. Para aproveitar todo o escopo da época tocando American Life, seguido de Remixed & Revisited. Vale a pena fazer uma viagem pela memória.
Mais um aniversário do clássico American Life, que completa 17 anos agora em 2020.
Álbum difícil, nervoso, flertou com o perigo da crítica política, teve vídeo cancelado e pouco sucesso comercial mas com o passar dos anos foi entendido e digerido melhor, aparecendo em várias matérias e listas de seus grandes discos. Reflexivo, maduro, cabalístico, uma virada de amadurecimento temático que também trouxe uma das coisas que os fãs adoram (e "coincidentemente" aparece em seus melhores álbuns): Madonna morena. Na capa da revista Q em 2003 Madonna estreou essa imagem, com ensaio de Craig Mc Dean. scans: allaboutmadonna.com
Não muito depois de sua aparição no filme de 007 Um Outro Dia Para Morrer (Die another day) parecia que Madonna ainda estava a fim de atuar no cinema, tanto como atriz como produzindo trilhas sonoras. Foi muito noticiado pela internet e também entre rumores de fóruns de fãs que a rainha do pop já embarcava num novo projeto que chegaria aos cinemas mas até hoje permanece uma lenda entre os fãs: Hello Suckers! Notícias publicadas nos jornais e portais da época, entrevistas com a própria Madonna e produtores envolvidos divulgadas por fansites (madonnatribe.com. madonnalicious.com, allaboutmadonna.com, mad-eyes.net, os maiors da época) e fóruns de fãs resumidas aqui!
2003 - Em Fevereiro, em entrevista para a edição de Abril da W Magazine, Madonna afirma: "Sim, estou trabalhando em um projeto musical. Ele já foi escrito e é totalmente original. O diretor e eu montamos uma equipe criativa, e estamos trabalhando para obter financiamento agora."
- Em Março surgem os rumores de que o projeto é uma extravagância musical chamada Hello Suckers a ser dirigido por Scott Elliot. - Este afirma em Maio que está trabalhando neste projeto que acabou não funcionando com Courtney Love. Também em Maio Madonna diz que trabalha num roteiro de uma biografia em filme da atriz Texas Guinan que trabalhou em Hollywood nos anos 1920. - Em Setembro, seu cunhado Joe Henry, compositor, diz em entrevista que eles estão trabalhando em algumas músicas para o filme que ela vai estrelar. Provavelmente estas são "Devil wouldn't recognize you" e "Jump". - Em Novembro Mirwais revela que está trabalhando em um novo projeto com Madonna. Eles tem datas marcadas em Los Angeles no mês seguinte. - Em Dezembro o fansite madonnalicious.com volta a falar sobre o musical e afirma que Madonna está compondo com Patrick Leonard. Neste material que eles produziram estão Is this Love (Bon D'Accord), If You Go Away, Curtain e How High. As duas primeiras estão na internet há anos, Curtain nunca vazou e as demos de How High retrabalhadas para Confessions on a Dancefloor são conhecidas, mas não as originais de Hello Suckers.
2004 - No início de Fevereiro vaza o primeiro setlist da Re-Invention Tour que inclui a faixa The Devil Wouldn't Recognize You um dos nomes que ela vinha trabalhando para o musical.
Mike McKnight (engenheiro de som que trabalhou na turnê) contou ao fansite Drownedmadonna.com em 2005 que The Devil Wouldn't Recognize You estava no setlist preliminar mas foi descartada. Diz que Madonna fez a música com Mirwais e não menciona Joe Henry, o que sugere que ela pegou a faixa de Henry e levou para retrabalhar com Mirwais. Acabou substituída no show por Deeper and Deeper.
- Já em abril surgem notícias de que Madonna lançará um novo album em 2005, e ela já está trabalhando nele com Joe Henry e Pat Leonard – mas segundo fontes essas colaborações eram para um álbum de um projeto musical que já foi abandonado há uns seis meses. O que é certo é que o papel de Mirwaïs será limitado e ela quer trazer de volta dois produtores que estiveram com ela em American Life seu último álbum – possivelmente Guy Sigsworth e Stuart Price.
Outra notícia é que na primeira semana do mês Madonna e Mirwais gravaram uma nova faixa, que não se sabe se será incluída no novo álbum ou em uma futura coletânea de remixes de American Life.
- Em notícia de Junho:
"Madonna conseguiu um novo papel no cinema - interpretando uma cowgirl dos anos 1920 de quem ela é uma admiradora. A cantora interpretará a estrela do cinema mudo Texas Guinan no musical cinematográfico de Martin Scorsese, Hello Suckers! O conto é baseado na vida da lendária "cavaleira" bareback Guinan - que apareceu nos Hollywood Westerns. A loira Guinan, nascida no Texas, também se tornou anfitriã de uma boate rebelde que desrespeitou abertamente as leis da proibição contra a bebida e dava início a seus shows com o slogan “Hello Suckers!” O filme é a chance de Madge de se vingar de críticos que detonaram suas participações nos filmes dos anos oitenta Shanghai Surprise e Desesperely Seeking Susan, em seguida, em Swept Away, de 2002, dirigido pelo marido Guy Richie.
Madge co-produzirá com Scorsese, diretor de Goodfellas, e também escreverá as músicas. Será filmado no próximo ano e a trilha sonora será o próximo álbum da Material Girl, com o primeiro single como um cover da década de 1920, intitulado "There’ll Be Some Changes Made". O filme será dirigido por Jonas Akerlund, que planejou o vídeo anti-guerra de Madge "American Life". Madonna idolatra Guinan - estrela de The Hellcat, The She Wolf, The Gun Woman e Little Miss Deputy - e vai adorar pisar em seus estribos. Uma fonte da indústria disse: "Este projeto é realmente pessoal para Madonna, pois ela adora Guinan. Aclamação pela crítica nos filmes também a atraiu, mas este é um filme especial com grandes nomes envolvidos". Madonna já gravou o álbum e fará de tudo pra coisa funcionar. Sua produtora, Maverick, comprou os direitos do filme em 2001 e planejou um espetáculo teatral, mas depois teve sucesso com a ideia do filme. Madge tem se esforçado com isso desde o ano passado. Courtney Love havia sido escalada e chegou a compor mas seus problemas com drogas a afastaram do projeto."
- É em meados de junho, segundo Stuart Price na revista britânica The Word, que ele e Madonna aproveitam o tempo entre ensaios dos shows para criar. Madonna ficou inspirada pela abertura de seu show na Irlanda por Iggy Pop e disse a Price que queria alcançar aquele som punk cru e então ela pegou um riff curto de guitarra e tocou para ele. Ela já havia escrito uma canção chamada I Love New York quando a Turnê passou pelo Madison Square Garden e juntou a letra com as guitarras e assim nasceu a versão que aparece em cena do documentário I'm going to tell you a secret e depois como faixa bônus do Cd ao vivo da Turnê Re-invention. Nessa mesma época foi gravada a demo I'm in love with love.
- No final de setembro tanto Pat Leonard quanto Joe Henry afirmam que acabaram de realiar seus trabalhos com Madonna para seu musical a sair no próximo ano.
As notícias e rumores sobre o próximo álbum, os produtores, as datas, tomam conta e a partir desse momento praticamente não se fala mais sobre este projeto. Na mesma época também aparecem as informações sobre um novo projeto musical a ser realizado com Luc Besson (isso é uma outra história).
2005
- Em novembro, já no início da era Confessions, em entrevista de Madonna e Stuart Price ao The Observer, Madonna cita pela última vez o projeto Hello Suckers: Stuart fala a ela sobre Hung Up, no que ela responde: - E essa música me fez pensar em qual direção musical seguir. Até então, eu havia feito uma trilha sonora inteira para um musical chamado Hello Suckers!, E isso não deu certo porque decidi que não queria fazer isso. Então eu decidi escrever um musical com Luc Besson, com ele fazendo o roteiro. Então, comecei um novo pedaço de música, li o roteiro e odiei, e pensei: 'Isso é uma porcaria, vamos acabar com isso'. E então eu estava exausta. Terminamos a turnê, e minha gravadora disse 'Você nos deve um álbum' e eu disse: 'Não tenho mais ideias, estou esgotada'. Então eu vim aqui para trabalhar experimentalmente, e porque essa música ficou ótima, eu disse: 'OK, é isso, vou fazer tudo dance music'.
No final de 2014 vazou na internet outra suposta faixa produzida com Mirwais para Hello Suckers (mas algumas confusões por falta de confirmação podem levar a ser na verdade para o outro musical com Luc Besson), um cover de um clássico fancês chamado Boum:
Outra demo da época que muito citam como faixa de Hello Sucker mas provavelmente é demo de American Life, é Miss You:
Foi uma fase muito produtiva para a eterna rainha do pop, que após divulgar um álbum controverso e difícl e muito experimental, se jogar numa turnê e ainda compor e gravar durante os shows, se envolveu em dois projetos musicais que não deram certo e levaram à produção de um novo álbum (pois várias faixas foram reaproveitadas) que se tornou mais um de seus clássicos e por mais de uma década foi parâmetro de álbum bom de Madonna para comparação a cada lançamento e só foi igualado (não só na opinião do autor do blog, mas em grande parte da crítica) por Madame X.
Continuemos em nossos sonhos de ouvir mais desse projeto, um dia.
Madonna lançando Confessions on a dancefloor em 2005 no Koko Club, Londres. O início de uma fase marcante e deliciosa para grande parte dos fãs, assim como a fase Rebel Heart que está começando agora.