quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Os diários de Erotica

Os famosos diários de Erotica, as anotações do co-produtor do disco, Shep Pettibone, sobre o período de gravações do álbum mais polêmico de Madonna e também do mundo da música pop, que até então nunca tinha visto tanta sexualidade, onde predominavam doces melodias de amor não correspondido ou sobre dançar e ser feliz.






Me lembro de quando Madonna e eu começamos a trabalhar juntos em Erotica. Estávamos no estúdio que há em minha casa ouvindo  uma das primeiras faixas e eu virei para ela e disse: "É ótimo, mas não é Vogue". Ela me disse que nem toda música seria Vogue - nem todos as músicas surgiriam como a mais vendida de todos os tempos. Ela tinha razão, mas eu fiz a minha proposta de qualquer forma: "Eu acho que estou sempre tentando me superar", eu disse, "o próximo passo deve ser maior do que o último". E Madonna só virou e olhou bem fundo nos meus olhos. O estrelato já tinha sido alcançado por ela há um bom tempo, mas ela estava brilhando de um jeito diferente agora. "Shep", ela iniciou, “não importa o quanto uma coisa é maravilhosa, você NUNCA deve fazer a mesma coisa duas vezes". Então, ela se sentou para gravar os vocais finais de Erotica, olhou para fora do terraço e para a noite de Nova Iorque. "NUNCA", ela repetiu.



O diário de Erotica Entrada 1[Julho - Agosto 1991]

Eu queria começar a compor novamente. O último trabalho que tinha feito com Madonna foi The Immaculate Collection, mas foi só um mês e meio de trabalho com a equipe da QSound. Eu sabia que poderia fazer algo melhor depois de Vogue e Rescue Me, e comecei a compor algumas faixas com meu parceiro, Tony Shimkin. Eu queria ter algumas canções para Madonna ouvir quando eu fosse a Chicago, onde ela estava gravando Uma Equipe Muito Especial. Eu não tinha idéia se ela estava planejando fazer um álbum a essa altura, mas, se eu não arriscasse, ela nem planejaria.
Cheguei em Chicago em oito de julho e entreguei uma fita cassete a Madonna. Eu pedi que ela ouvisse e me dissesse o que achou. Ela disse que ouviria no carro, ou no trailer, assim que pudesse. Alguns dias depois, tive uma resposta dela. Madonna gostou de todas as músicas - três das três. Eu decidi trabalhar em mais algumas. Normalmente, quando eu sento para compor eu não tenho um determinado artista em mente. Tem um momento num trecho da música, que ela começa a ter uma identidade  e penso, "Isso tem a cara dessa pessoa". Algumas vezes, Cathy Dennis, Taylor Dayne, ou Madonna poderiam ser inspirações para uma série de músicas.



O diário de Erotica Entrada 2 [Outubro - Novembro 1991]

Madonna voltou a Nova Iorque e nós começamos a trabalhar nas ‘demos’ em meu apartamento. É ótimo trabalhar em casa. Conveniente, aconchegante e não existe aquele cruel ‘tempo de estúdio’. Além disso, se você acordar à meia noite e tiver uma idéia, basta subir, ligar o equipamento, e fazer. Nosso esquema foi meio esporádico no início. Eu trabalharia com ela durante uma semana e, em seguida, ela trabalharia com Steve Meisel, em seu livro (Sex), nas duas semanas posteriores. Eventualmente, Madonna encontraria com Andre Betts, o seu co-produtor em Justify My Love. Enquanto ela estivesse fora, eu poderia aproveitar o tempo produzindo outras faixas ou trabalhando nos materiais para Cathy Dennis e Taylor Dayne. À essa altura, eu não queria saber de remixes, só compor.
Deeper And Deeper, Erotica, Rain e Thief Of Hearts saíram na primeira leva de canções que trabalhamos juntos. Eu fiz a música e ela, as letras. Às vezes, eu dava algumas idéias poéticas e ela dizia: "Ah, isso é bom", ou "Isso é péssimo". Lembro de quando dei algumas idéias para os versos de Vogue e ela disse rispidamente "Isso é por minha conta". Essencialmente, suas músicas são as suas histórias. Elas retratam as coisas que ela quer dizer.
Eu fiz tudo no estúdio em cima de minha casa: teclados, linhas de baixo, e vocais. Dependendo do meu humor, eu escolhia entre o Oberheim OB8, o Korg M3, ou um Roland D-50. Para fazer os samplers, o Akai S1000 foi o nosso burro de carga. Usamos ele para samplear a flauta de Words e as buzinas do Kool & The Gang em Erotica.
Quando chegou a hora de gravar as ‘demos’, nós faríamos algo diferente na última faixa usando alguns equipamentos. Nós teríamos que mixar as faixas 1 e 2 em estéreo e, em seguida, trazer os vocais de Madonna das faixas 3 a 7 – primeira voz, segunda voz, harmonias, e os bases de fundo.
Noventa e oito por cento das vezes, a voz gravada no meu apartamento serviram de voz-guia, a que se ouve no álbum. Levava  de dois a três dias para se escrever uma canção do começo ao fim. Ainda assim, algumas vezes, depois de prontas nós ainda queríamos mudar o rumo da canção e fazíamos algumas perguntas a ela: Deve ter coro? Se sim, deve ser coro duplo? Às vezes, Madonna me telefonava de madrugada e dizer "Shep, acho que o coro fica bem com essa", ou "Eu odiei este verso, refaça a batida dos baixos". Deeper And Deeper foi uma das faixas em que ela sempre achava um problema. O meio da canção não estava funcionando. Nós tentamos fazer diversas alterações, mas nada adiantava. Pra completar, Madonna ainda queria que tivesse uma guitarra flamenca no meio da música. Não gostei da idéia de tirar uma batida House e colocar La Isla Bonita o meio dela. Mas era isso que ela queria, e foi isso que ela teve.



O diário de Erotica Entrada 3 [December 1991]

"Eu detestei todas". Foi isso que ela me disse quando ouvimos a primeira série de canções gravadas. Eu achei que estavam ótimas porque algumas tinham um som House de Nova York e outras tinham a ‘vibe’ de Los Angeles. "Se eu quisesse que o álbum soasse dessa forma, teria trabalhado com Patrick Leonard em Los Angeles, ela me disse. Eu captei a mensagem rapidinho. Madonna queria que Erotica tivesse uma textura mais crua, como se tivesse sido gravado na 123rd Street, no Harlem. Ela não queria que nada brilhante invadisse seu som. Eu voltei atrás no meu velho estilo de mixar, que usa bastante baixo, que é analógico, direto na cabeça. Quando você tiver que gravar músicas para Madonna, a atitude é: ou faça uma música de trabalho, ou ela não entrará no álbum. É assim.
Geralmente, Madonna chegava em minha casa à tarde e nós trabalhávamos até umas oito ou nove da noite. A improvisação vocal era feita em uma ou duas passagens e quando íamos para a terceira ela pegava o microfone e dizia: "Vamos nessa". Madonna tem uma memória incrível. Ela guarda a melodia na cabeça e memoriza as palavras imediatamente. Além disso, ela não lê as letras no papel enquanto está cantando.
Os problemas só aconteciam durante o sequenciamento, quando tínhamos de fazer alguma coisa usando o Mac, o que levava algum tempo. Dois minutos depois, Madonna perguntaria: "O que tanto vocês fazem aí, rapazes, que demora esse tempo?" - e isso acontecia só após os primeiros minutos. Nós pedíamos pra ela descer um pouco, fazer umas pipocas ou seus telefonemas, pra que pudéssemos ajeitar a música, sem que ela gritasse cinco minutos depois: "Vamos lá, estou ficando de saco cheio". Eu tinha que fazer as coisas andarem o mais rápido possível porque uma das minhas funções era manter Madonna interessada no que estava fazendo. Mas quanto mais a música se estendia, mais ela ia ficando entediada. Definitivamente, essa não foi uma música pra cima. Talvez esse clima tivesse inspirado canções como In This Life e Bad Girl porque elas foram escritas em um tom mais grave. As narrativas de Madonna foram ficando muito mais sérias e intensas e então ela levou a direção criativa das músicas para um território profundamente pessoal.



O diário de Erotica Entrada 4 [Janeiro - Fevereiro 1992]

Eu passei o Natal em férias na Jamaica e quando eu voltei, em dois de janeiro, senti "Oh cara, eu não estou pronto para isso". Havia um monte de faixas para trabalhar pra Madonna, mas tudo que eu tinha era a ‘vibe’ reggae martelando na minha cabeça. A Jamaica tinha realmente tido um impacto sobre mim. Gravei a ‘vibe’ numa fita e mostrei pr Madonna, que imediatamente tomou pra si. Depois fez todas as letras em cima, e a música se transformou em Why Is It So Hard.
Depois de termos feito tudo pensamos: "E se nós chamássemos um rapper jamaicano pra fazer algum improviso na gravação?" E encontramos esse cara, chamado Jamaiki, que dirige uma gravadora jamaicana. Ele era uma cara enorme com uma voz muito boa. Quando tentávamos explicar a canção pra ele, ele só olhou para nós e disse: "Você tem algum rum aí, cara?" Até então, Jamaiki, que estava deitado no meu estúdio, levantou pra dançar bebendo rum e derramou ele por todo lado. Acabamos nem usando o trecho porque ficou grosseiro para a faixa, mas foi um dia muito divertido – e completamente diferente.
A esse ponto, as pessoas começaram a perceber que Madonna estava freqüentando meu apartamento. Seus fãs a esperavam do lado de fora, mesmo que estivesse congelando, só para conseguir vê-la de relance ou conseguir uma foto. Um dia, em que a conduzi até seu carro, percebi que o saguão da entrada estava mais cheio de gente do que o normal. Pessoas pegavam as correspondências, debruçavam no balcão ou estavam sentadas. Depois de tê-la levado para fora, voltei para buscar o meu jornal e vi que já não tinha mais ninguém lá. Pessoas desceram até a portaria apenas para tentar vê-la nem que fosse pelos cantos dos olhos.



O diário de Erotica Entrada 5 [Março 1992]

Agora eu já tinha consciência de que estávamos fazendo um álbum. Tínhamos 15 músicas gravadas e ela havia gostado de todas. A última canção que fizemos foi para o filme Uma Equipe Muito Especial. Madonna só cantava a melodia várias vezes no microfone Shure SM57 enquanto o Mac com Vision colocava, teclados, piano e uma base de cordas. Tudo soava realmente atemporal, muito nostálgico. Passei a noite toda preenchendo os versos, e a música se tornou This Used To Be My Playground.
No dia seguinte em que "Playground" foi finalizada, Madonna foi para Oregon para trabalhar em seu próximo filme Body Of Evidence, com Willem Defoe. Isso me fez ganhar tempo para terminar alguns trabalhos para Cathy Dennis e Taylor Dayne no Soundworks Studios, em Nova Iorque. O trabalho havia crescido bastante desde o início do ano e não mostrava sinais de que iria diminuir. Graças ao meu empresário Jane Brinton, fomos capazes de coordenar todos os projetos, sem nenhum obstáculo.



O diário de Erotica Entrada 6 [Maio 1992]

Eu me encontrei com Madonna no Conway Studios, em Los Angeles, para finalizar as partes de orquestra em This Used To Be My Playground. Tivemos de gravar uma versão maior do arranjo – e eu estava mais animado do que nunca.
Madonna me indicou Jeremy Lubock para fazer os arranjos porque ele já tinha feito um ótimo trabalho com ela em I'm Breathless e foi altamente recomendado. Tudo ia perfeitamente até que a orquestra tocou sua parte; não como tínhamos escutado antes. Madonna e eu tivemos que mudar todo o arranjo, em pleno estúdio, com uma orquestra completa sentada lá, tendo que pagar o espaço -  US$ 15.000 por três horas, e US $3.000 para cada meia hora extra. E é claro, Lubbock estava conversando com duas pessoas que não distinguem um C de um B. A pressão estava completa.
Eu só consigo cantar as notas de ouvido, e foi isso que fiz. Madonna e eu ficamos lá com meu Mac, cantando as notas, e Lubbock decifrava, "Ah, esse é um G; Oh, esse é um B", e foi dessa forma que foi feito. Concluímos a sessão em 2 horas e 58 minutos - a dois minutos do segundo tempo. O último dia de gravação foi memorável. Madonna queria refazer os vocais novamente, insistindo que cantaria melhor. E cantou. Ainda finalizei algumas montagens antes de ir pra festa que Madonna estava dando em sua mansão em Hollywood.



O diário de Erótica Entrada 8 [Junho - Julho 1992]

O cronograma de gravação no Soundworks, em Nova York, era mais ou menos assim:
08 de Junho - Erotica
09 de Junho - Words, Why It's So Hard
10 de Junho - Why It's So Hard; Thief Of Hearts
11 de Junho - Thief Of Hearts; Goodbye to Innocence
15 de Junho – gravar em 8 canais sem codificações
16 de Junho - Deeper And Deeper 

Transferimos tudo que tínhamos de 8 canais pra 24 canais. Eu decidi produzir as faixas em 15ips com o Dolby SR porque tem os graves mais profundos e era o que eu queria alcançar em Erotica. Além disso, eu estava ouvindo alguns dos meus antigos remixes, que foram gravadas em 15ips, e fiquei surpreso com o quanto mais você pode sentir a música. Parece que os CDs lhe distanciam da música, enquanto LPs colocam você dentro dela. Então, eu pensei: se eu quisesse abusar desse clima LP, eu teria que “sujar” o CD, que é o principal formato fabricados para o público americano hoje. Curiosamente, no nosso país não se consegue adquirir um LP Erotica, enquanto que, no resto do mundo, é possível.
Dia sete de julho, fizemos um remix para Erotic, um hino sadomasoquista que Madonna queria incluir no seu livro Sex. Ela achava que a mesma deveria soar como Erotica (a música do álbum), com apenas uma base de baixo, a sua voz e alguns sons do Oriente Médio. Mas, daí então, eu já tinha visto o livro e tido uma idéia interessante.
"Você tem todas essas histórias ótimas no livro," eu disse a ela, " e por que você não as utiliza na música?" Eu sabia que Madonna estava pensando numa dominatrix dos anos 30 para o conceito de Erotica, mas eu não tinha idéia de que ela iria tão longe até ver o Sex. Ele continha histórias de autoria do seu misterioso alterego, Dita. Madonna pegou o livro e caminhou pra fora da sala e só voltou  uma hora e meia depois. De repente, ela estava no microfone, falando no seu tom de voz mais seco. "Meu nome é Dita", ela disse, "e eu serei sua amante esta noite". Eu sabia que o Erotica original jamais seria o mesmo novamente, e não foi. Os refrões e as passagens foram totalmente modificados e toda a psiquê da canção se tornou mais excitante, a partir daí. Era como se Dita tirasse o melhor dela. Na verdade, Dita serviu como um veículo para que Madonna explorasse o território perigoso em que estava pisando. Esse era o nome que Madonna usava quando estava hospedada em hotéis pelo mundo. Agora, não mais. Quando chegou o dia dez de julho, eu senti meus 30 anos baterem com toda força. Era o dia do meu aniversário – e eu ainda estava preso no estúdio com Madonna, Tony Shimkin, e um balão em forma de palhaço – pra comemorar com eles. Foi até divertido por uns cinco minutos, até Madonna dizer: "Shep, você tem que voltar ao trabalho".




O diário de Erotica Entrada 9 [15 de agosto de 1992, Aniversário de Mo]

Uma das faixas, Goodbye To Innocence, não estava nos agradando. Havia algo na música que Madonna não gostava, de modo que tivemos que resolver isso. Trabalhei a noite toda no meu estúdio e voltei para Soundworks com uma nova base de baixo que parecia melhor. Madonna coloca os fones e começa a por os vocais em Goodbye To Innocence. Mas, ao invés de cantar a letra original, escrita no ano anterior, Madonna começou a brincar com as palavras, cantando por cima a letra do grande sucesso Fever. Na hora, pensamos: "Isso é legal", e era. Ficou tão bom que decidimos ir mais longe e realmente fazer um cover da música. O ruim era que ninguém sabia a letra. O que nós precisávamos era de uma cópia de Fever se quiséssemos gravar tudo naquele dia. Assim, Madonna ligou para Seymour Stein na Sire Records, e em uma hora, tínhamos a letra impressa, a versão de Peggy Lee, e a versão original da música em mãos. Fiquei realmente impressionado com a rapidez com que tudo aconteceu. Essa foi a última faixa de Erotica e nós finalizamos as mixagens a tempo de comemorar um outro aniversário – o de Madonna.
Naquela noite, ela comemorou o aniversário em um barco, ao redor de Manhattan. Pense em cerca de 50 pessoas dançando em um barco com a discoteca explodindo, para você ter uma idéia. Entre dançar e festejar, eu passei o tempo que refletindo sobre o álbum. Eu estava certo de que estava diante de uma grande seleção de canções, mas eu estava curioso para saber como as pessoas reagiriam a ele. Definitivamente, era um álbum diferente para ela porque era um álbum pop/dance, ao invés de só usar umas guitarrinhas em busca do Top 40 das paradas. Essa foi uma decisão madura da sua parte porque parecia que quanto mais exibida ela fosse, menos seus discos seriam vendidos. Desta vez, ela está dando às pessoas o que elas querem.




O diário de Erotica Entrada 10 [Setembro - Outubro 1992]

Após três meses e meio trabalhando no mesmo estúdio e ouvindo as mesmas músicas, todos os dias, foi um alívio terminar o álbum. Tudo correu sem problemas, exceto as duas últimas músicas, Why It's So Hard e Words, em ambas tivemos que fazer mudanças. Em doze de setembro fui ao Soundworks com o master completo de Erotica em mãos.
Um mês depois, fui para a festa Sex. A fase Erotica estava prestes a começar, em forma de música, vídeo e livro, e uma infinidade de estrelas estava vindo para a festa. A própria Madonna recepcionou as pessoas durante a meia-hora. Eu penei bastante até encontrar com ela na cabine do DJ.
Havia uma atmosfera selvagem à nossa volta: pessoas se tatuando, casais simulando sexo – uma loucura. E quando eu fui conversar com Madonna, que estava no meio de tudo isto, as nossa conversa se transformou em música. Apesar de toda essa multimídia extravagante chamando sua atenção, ainda assim isso (a música) era o que importava e esse foi o disco que mais adoramos. Eu percebi que não importava o quão longe eu tivesse ido, eu me sentiria da mesma maneira que sempre fui.
Foi nessa hora que ela colocou as algemas em mim. NÃO!

Um comentário:

Bolg do Gustavo disse...

Parabéns pelo blog e obrigado pelas postagens. Gostaria de ver publicado o máximo de material sobre o livro "Sex". Seria de extremo auxílio em minha monografia. ;)