Ok, Madonna se encantou pela possibilidade de um homem abrir mão de ser rei para se casar com a mulher amada, explorou esse fato, relacionou a uma mulher atual infeliz com um homem egoísta, machista e frio, que se apaixona pela história dessa divorciada que encantou o príncipe e passa a viver essa história a ponto de vê-la e querer estar onde ela esteve, passar por onde ela passou.
Totalmente do ponto de vista feminino, o filme retrata claramente que a mulher é a que sofre, a que abre mão, a que sacrifica, e o homem leva a fama da história. Mostra que qualquer história feminina é diminuida diante da masculina. Como Madonna afirmou em entrevistas, geralmente a parte do homem é mais valorizada e a parte da mulher fica só no glamour, mas não nos aprofundamos em seus sentimentos.
Mas para o primeiro longa de Madonna, com a intenção de figurar entre filmes de romance, de ser comercial, de ser um "produto" de sua criação num terreno que ela não pisava antes, é bem sucedido. Claro que teve a mão de Alek Keshishian, mas notavelmente, todo o cuidado com o perfil das mulheres é de Madonna.
Há alguns clichês românticos. Poderia ser um pouco mais curto.
Os figurinos e a manipulação de imagens atuais para parecerem da época é magnífico.
Andrea Riseborough no papel de Wallis está a própria Wallis. Magra, frágil, delicada em excesso.
James D'Arcy como príncipe e seu irmão estão os típicos ingleses penteadinhos, polidos, uma dupla William / Harry sem o charme.
Abbie Cornish no papel da Wally de hoje, merece mais reconhecimento, pois parece que só Andrea atuou no filme. Oscar Isaac como o segurança aparentemente bruto, mas que tem cultura inteligência e sensibilidade está... um tesão.
Uma trilha linda.
Algumas falas e dramas femininos me soaram como coisas pessoais de Madonna.
Uma pena Masterpiece só tocar no final, um minuto após o início dos créditos.
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